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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Mulheres que sobem em andaimes


 Nós - Mulheres narradoras

 

 

Lais Cintra - Conto "Aviãozinho de papel"
Os 5 atos que compõem o espetáculo são divididos em 9 microcontos e o espectador é convidado a entrar na historia destas 9 mulheres e a testemunhar os momentos mais decisivos de suas vidas,  acompanhando os fatos que fizeram com que suas trajetórias mudassem completamente o rumo que elas esperavam. Tudo agora vai depender da bagagem que carregam, que adquirirem e principalmente, que deixarem pelo caminho.
 
Transitando por três andaimes com 3,10m de altura que abrigam as narrativas em todos os planos e se transforma no ambiente em que cada personagem esta vivênciando sua história, cada atriz representa 3 personagens em situações e tempos diferentes, mas que dividem a mesma cena durante a narração.
 
Um ponto comum na maioria das devolutivas  e perguntas que o grupo recebeu do público foram os andaimes que compõem o cenário, e sobre o enorme estranhamento e medo que as pessoas sentiam ao ver 3 mulheres subindo e descendo, ficando penduradas, passando entre eles muito rapidamente durante todo o espetáculo.
 
 
E a utilização de um andaime, algo considerado tão masculino foi proposital na escolha do cenário, justamente para fazer o contraponto às personagens que transformam este o único elemento inerte, reto, preto naquilo que for necessário para contar a sua história e assim, levar o publico para lugares que ele nunca pensou que pudessem existir dentro de barras de ferro sobrepostas e aparentemente com sua finalidade tão definida na vida real.
 

Carla Lopes - "As formigas"

 




As personagens e seus Nós


 “Espera”, “Volta só” e “Será que vai chover?”


Rafaela Nascimento no conto "Espera"
Uma mulher cria sozinha o filho com a esperança de que ele se torne um homem de bem, mas o mesmo amor que ela dedica a ele a impede de perceber o que ele se tornou. Outra, abre mão de tudo para viver sua história e, entre o amor e o medo, leva às últimas consequencias a responsabilidade de ser feliz. Ao mesmo tempo, vivendo em seu próprio tempo e solidão, alguem que já não sabe mais quem é percorre o longo caminho que separa sua velhice da mocidade, em busca do que deixou pra trás.

São as mães, que esperam pela hora em que possam reeencontrar seus filhos e maridos que estão pelo mundo, mas que a cada volta, ficam mais distantes dos laços que os uniam.



“Tipo exportação”, “Moça de família” e “Vida de protagonista de Novela”


Lais Cintra no conto " Vida de protagonista de Novela"
Quando alguem, fazendo valer seus principais atributos, vê em seu futuro a chance de realizar seus sonhos e atingir o sucesso, se depara com aquela que, nascida em berço de ouro, possui todas as oportunidades e desejos garantidos por direito e tradição, e ainda tem que superar o desejo de uma terceira mulher disposta a tudo para transformar a condição humilde que nasceu em poder e se tornar a protagonista de sua própria história, é possivel ver o que somos capazes de fazer e de que artificios podemos nos valer para conquistar aquilo que julgamos mais valioso. O poder feminino, despendido em seu proprio e único interesse, são as armas mortais destas três afrodites.
 
 “As formigas”, “Aviãozinho de papel e “Plano”
Num caminho sem volta marcado pelas provações, sobreviver depende da transformação de uma criança inocente em uma mulher que seja capaz de superar todos os desafios para conduzir aqueles que a acompanham rumo a uma outra vida. Em outra jornada, seguindo os passos do pai, uma moça tem que garantir a todo custo que aquilo que foi conquistado permaneça de pé, fazendo valer todos os seus esforços e ideais nesta missão. E desviada de seu caminho e levada como prisioneira, uma menina é obrigada a desistir de sua infância e precisa juntar todas as forças que ainda lhe restam para descobrir uma forma de salvar suas companheiras e escapar de seu destino.
Guerreiras. Todas as mulheres que lutam por um ideal em favor daqueles que fazem parte de sua trajetória, abrindo mão de seus desejos pessoais para tornar real seu maior proposito na vida: justiça.
Carla Lopes no conto "As formigas"